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5.7.04

Duas frases, duas perguntas 

Não é apetência comum em mim elogiar trabalhos de publicidade. Aliás, basta-me lembrar os atropelos e infracções às regras de trabalho para rapidamente desdenhar deste universo. Mas quando o exemplo serve os meus propósitos, é díficil recusar tamanha proposta.
O último anúncio da Optimus (e que mais publicidade se tem visto em Portugal nos últimos anos, senão de operadores de telemóveis?) apresenta-nos uma situação com a qual é impossível não simpatizar. O filme é bem conseguido e transmite precisamente o que as mentes do marketing e da comunicação pretendiam: o poder da nova geração. Já antes a TMN tinha lançado na campanha I9, uma mostra das vantagens, situações, possibilidades, desta nova tecnologia. Porque é disso que se trata, esta é uma nova tecnologia, repleta de potencialidades. Mas não se torna vísivel nas campanhas destes operadores qualquer referência a essa mesma tecnologia. Julgo que não só porque seria complicado demonstrar, como também não interessa verdadeiramente ao público. O que este pretende saber, hoje, são as vantagens, as diferenças, as novidades e o impacto que o produto terá nele. Nada melhor para demonstrá-lo do que aludir às suas emoções, alternando com uma subtil exposição das suas potencialidades. No fundo, quem comunica não pretende exibir a sua tecnologia, elucidar ou vanglorizar sobre ela. Essa fase da comunicação já passou.
Portugal necessita de comunicadores, com objectivos, com intenções, alguma clarividência e de preferência com um conjunto de conhecimentos que os tornem capazes, não só de preencher o mercado nacional, como de sobre ele proporcionarem uma qualidade que nos aproxime do melhor que se vai fazendo em termos internacionais.
Há por aí muito atelier a iniciar uma prestação de serviços em design, a maioria dos quais não sabe comunicar o seu propósito, menos comunicar ao cliente a evidência dos seus serviços e a possibilidade dos projectos.
A capacidade de conhecimentos é, para mim, um género de súmula da nossa experiência. Aprende-se com vários exemplos e que não sejam apenas os nossos erros a servirem-nos de lição, mas o que se testemunha é a incursão dos eventos passados sobre o nosso presente, de modo indissociável.
Muitos são os locais que empregam designers com a convicção de que os vão formar finalmente, numa espécie de escárnio em relação à Escola onde o indivíduo se formou. Talvez não seja óbvio, mas para aprender vai-se à escola, para trabalhar vai-se para o emprego. Que a experiência e o conhecimento aumentem, nota-se; mas considerar agências ou ateliers em Portugal uma "escola" é desprovido de razão. Por muito será o local para onde se vai quando se falta a essa mesma "escola".
Mas dada a falta de verdadeiros comunicadores e das explicações empíricas para quê NASCEr DE NOVO? Para quê FAZer UM CURSO NA ETIC?

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