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28.6.04

Foi um negócio fazer prazer consigo 

Há questões de uma subtileza insuperável.
Nada é hoje mais importante que o branding. Com isto refiro-me à criação, produção e gestão de uma imagem, compreendida na sua totalidade, de uma determinada entidade. Avanço desde já com a minha disponibilidade em aceitar outras designações ou termos que dentro da língua portuguesa ofereçam melhor adequação ao significado. Mas creio que nenhuma outra poderá definir melhor a amplitude e a estruturação do branding. Devido à sua importância e complexidade não depende exclusivamente do designer, embora este seja um elemento determinante no processo. O branding assim entendido incluirá o marketing, as relações públicas, serviços vários, política de vendas, design e uma lista que será maior conforme a dimensão do "nome" a que nos referirmos.
O processo inclui a concepção de uma Identidade Visual, que invariavelmente terá como base um simbolo e/ou logotipo, de onde se desenvolverá um programa visual (aviso aos desatentos e menos concentrados que não se trata de software) mais vasto e completo e que servirá como matriz que suporte toda a necessidade a existir por parte da entidade. Para que tal resulte torna-se necessário compreender todo o processo, conhecer a entidade e como esta se apresentará. O branding torna-se familiar ao designer.
No contexto português refere-se abundantemente o fenómeno como marca, (sendo talvez esta a melhor alternativa) e o destino desta palavra é singular. Assume-se como um apelo à memória do potencial cliente/consumidor/utilizador, como uma presença incontornável no universo visual (e não só) daqui para a frente. Com esta presença as pessoas vivem, habituam-se, não encontrando inconvenientes e serão inclusivé responsáveis (muitas vezes sem notarem) pelo seu desenvolvimento, pelo seu sucesso ou insucesso.
Os individuos são como marcas quando querem, quando fazem por isso ou quando alguém se lembra de tal por eles. Actualmente basta observar a presença constante de Luís Figo no nosso quotidiano e na quantidade de produtos que a ele surgem associados, numa clara alusão e aproveitamento da figura pública que é.
Há designers que são assim. Figuras que se projectam para lá da profissão e que criam uma aura à sua volta. Tornam-se eles próprios marcas, brands, palavras a memorizar em determinados círculos, incutindo uma continuidade e associação no desempenho que regularmente têm. Como qualquer marca, são cotadas, vendem-se, comercializam-se. Negoceiam-se a preços sempre razoáveis, pois na diferença que se pode constatar na área do design, é que a divisão terá que ser feita entre marcas e "não-marcas", esses seres desconhecidos, que por serem tantos passaram a anónimos.
O designer feito marca é também uma questão de segurança, de valor e acredite-se, de esclarecimento. Uma posição possível pela perspicácia e pelo conhecimento. Ou simplesmente pela experiência do próprio designer; afinal basta compreender o seu trabalho. Se ajuda outras entidades na construção e consolidação da sua imagem e no valor da mesma, porque não fazer o mesmo para si? Inteligente e subtil...

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