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10.5.04

Será assim tão descabido? 

O Festival de Publicidade e Design do Clube de Criativos de Portugal é conflituoso.
Isto não é o mesmo que dizer que não o defendo. Julgo que de algum modo é útil, mas confesso não ser apologista de "misturas", pelo menos aqui. Prossigam, mas porque não chamar-lhe apenas Festival de Publicidade? Que seja criado outro e aí seja dada atenção exclusiva ao design. Não será isto razoável, o promover a actividade e os esforços que anualmente os designers nacionais dedicam à economia portuguesa? Se o Clube dos Criativos (isto é preciso conter-me, saia já alguma coisa daqui) não distingue entre uma e outro (entenda-se Publicidade e Design), há quem o faça e bem; dirão que a distinção é difícil. Concerteza. As Finanças e a Economia também estão muito relacionadas, mas não vão para o mesmo Ministério (perdoem-me a analogia política).
E em que me baseio para comentar?
Diferentes actividades com diferentes formações não se distinguem na prática, não favorecendo consequentemente os interesses dos potenciais clientes. As agências de publicidade vendem já o "pacote" completo, servindo muitas vezes alhos em vez de bugalhos. Mesmo os gabinetes de design estruturam-se já como se de uma agência se tratasse, não porque tenha de ser, mas porque é o modelo que conhecem e com o qual se conformaram. Diogo Anahory escrevia no Anuário do 5º Festival o seu espanto pela rapidez com que o júri se tinha despachado. Eu diria que não me espanta nada. A maior parte dos membros já trabalhou em tudo o que é agência em Portugal; se isto não conduz o meio a uma homogeneização, então o que é que poderia?
E sobretudo custa-me ver as edições anuais deste Festival, onde para variar os trabalhos premiados na área de design estão reservados para último. Se formos atentos, este Clube até já faz o que aqui proponho, a primeira parte do livro tem anúncios, a segunda os objectos impressos.
Haverá falta de meios para dois festivais anuais?

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