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11.3.04

Uma questão de responsabilidade 

Hoje deparei com vários exemplares do Roteiro do Museu Nacional do Azulejo, numa prateleira em destaque numa conhecida livraria. Enfatizo vários, porque já se adivinha uma posição; desconfio que ali não se tenha vendido um único exemplar. Ao mesmo tempo que aquele objecto é capaz de deixar indiferente qualquer leitor, serve também como espelho das virtudes dos responsáveis das estruturas museológicas. Este roteiro (dei-me ao esforço de o observar) contém o essencial, não mais. Imagens da colecção e textos a acompanhar, um formato demasiado vertical, um papel demasiado fino, planos demasiado preenchidos e já nem me lembro da capa. É melhor nem falar da identidade visual ou suposto logotipo deste museu...
Quer-me parecer que esta atitude, ou antes, esta leviandade reflecte a despreocupação em relação a toda a comunicação do Museu. Assim, não parece difícil responder à questão Porque é que os museus estão às moscas?. Há uma atribuição da responsabilidade aos cidadãos, como se não ir aos museus é não querer, sabem naturalmente que estes lá se encontram.
Mas e então os objectivos dos museus? Não será nenhum deles o atrair público? Não será nenhum deles motivar a visita? Não será nenhum deles presentear os cidadãos com convites? Aqui deve-se compreender a dificuldade do exercício museológico, as faltas de meios, a falta de pessoal; mas temos de ser honestos, estas entidades não estão a cumprir com as obrigações. O exemplo é a imagem, também podia ser os horários, ou até mesmo as exposições.
Também assim não é complicado destacar quem se esforça (ou quem simplesmente cumpre o que devia estar esclarecido). O Museu do Chiado tem-nos demonstrado que é possível a partir das exposições temporárias, comunicar devidamente o próprio Museu; seja no seu web site, seja nas edições que lança, seja nas visitas guiadas, seja nas "mesas redondas".
Nem é preciso eu tomar uma iniciativa, alguém antecipou-se.

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